terça-feira, 6 de maio de 2014

Entendendo melhor o uso de sertralina para tratar o "TCAP"

JA COMEÇO DIZENDO QUE SERTRALINA NÃO É PARA EMAGRECER! É PARA UM TRATAMENTO SÉRIO DE SAÚDE.
Abaixo segue uma matéria que fala sobre o transtorno da compulsão alimentar periódica ou seja o TCAP, que é o que estou tratando. Muito interessante por isso compartilho pois sei que muitas pessoas sofrem com isso. Sofremos mais ainda quando deparamos com pessoas que não COMPREENDEM e até acha frescura quando se fala sobre a falta de controle ao comer.

***** A MATÉRIA É EXTENSA MAS VALE A PENA LER ATÉ O FIM!
FONTE SEGURA: NESTE SITE

Transtorno da compulsão alimentar periódica por
Sergio Carlos Stefano, Maria Beatriz F Borges e Angélica de Medeiros Claudino


Dentre os transtornos alimentares, há uma nova categoria diagnóstica proposta pelo DSM-IV, para possível inclusão, denominada transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP). Encontra-se no Apêndice B do DSM-IV e, até o presente estudo, é diagnosticada nos transtornos alimentares sem outra especificação.

A caracterização desse transtorno baseia-se na presença de compulsão alimentar com subseqüente angústia devido à ausência de comportamentos regulares voltados para eliminação do excesso alimentar. A compulsão alimentar é definida atualmente por “ingestão, em um período limitado de tempo, de uma quantidade de alimentos definitivamente maior do que a maioria das pessoas consumiria num período similar, sob circunstâncias similares, com sentimento de falta de controle sobre o consumo alimentar durante o episódio”.1

O TCAP foi descrito a partir de observações de pacientes obesos, porém, apesar de bastante freqüente nesse grupo, também acomete indivíduos de peso normal. Cerca de metade dos pacientes desenvolve a compulsão alimentar mesmo antes de se envolver em dietas, o que favorece, por sua vez, o ganho de peso. Estudos epidemiológicos descrevem uma prevalência de TCAP em 2% da população geral e cerca de 30% de obesos que procuram serviços especializados para tratamento de obesidade. A obesidade, no entanto, não é considerada uma doença psiquiátrica nem uma condição para um diagnóstico de transtorno alimentar; trata-se de uma condição física que advém de múltiplas causas e pode trazer variadas conseqüências.

O critério de diagnóstico para TCAP proposto pelo DSM-IV requer a presença de:

a. Episódios recorrentes de compulsão alimentar. Um episódio de compulsão alimentar é caracterizado por ambos os seguintes critérios:

1. ingestão, em um período limitado de tempo (por exemplo, dentro de um período de duas horas), de uma quantidade de alimentos definitivamente maior do que a maioria das pessoas consumiria em um período similar, sob circunstâncias similares;

2. um sentimento de falta de controle sobre o episódio (por exemplo, um sentimento de não conseguir parar ou controlar o que ou quanto se come).
b. Os episódios de compulsão alimentar estão associados a três (ou mais) dos seguintes critérios:

1. comer muito e mais rapidamente do que o normal;

2. comer até sentir-se incomodamente repleto;

3. comer grandes quantidades de alimentos, quando não está fisicamente faminto;

4. comer sozinho por embaraço devido à quantidade de alimentos que consome;

5. sentir repulsa por si mesmo, depressão ou demasiada culpa após comer excessivamente.

c. Acentuada angústia relativa à compulsão alimentar.

d. A compulsão alimentar ocorre, pelo menos, dois dias por semana, durante seis meses.

e. A compulsão alimentar não está associada ao uso regular de comportamentos compensatórios inadequados (por exemplo, purgação, jejuns e exercícios excessivos), nem ocorre durante o curso de anorexia nervosa ou bulimia nervosa.1

Portanto, de acordo com os critérios de diagnósticos, é necessário que a compulsão alimentar se dê em um período de tempo delimitado, o que exclui, por exemplo, indivíduos que “beliscam” o dia todo pequenas quantidades de alimentos. A quantidade de alimentos deve ser grande para um determinado período (por exemplo, período de duas horas), mesmo considerando-se que esse julgamento seja subjetivo.

Além disso, é importante o sentimento de perda de controle, em que o indivíduo fica sem liberdade para optar entre comer ou não comer. Por fim, o paciente deve apresentar sofrimento relativo a esse comportamento recorrente e ter sua vida pessoal comprometida em virtude dessa enfermidade.

O TCAP acomete indivíduos de todas as raças, com distribuição aproximada entre os sexos (três mulheres para cada dois homens), geralmente tendo início no final da adolescência. Mulheres com esse diagnóstico apresentam índice de massa corporal (IMC= peso/altura ao quadrado) mais alto do que mulheres sem TCAP, assim como oscilações de peso mais freqüentes e maior dificuldade em aderir ou manter o peso ao tratarem a obesidade. Costumam se auto-avaliar, principalmente em função de seu peso e forma do corpo, diferentemente dos obesos sem TCAP. Estudos apontam não só escores mais elevados de sintomatologia depressiva como, em média, depressão clínica completa em 50% dos casos.2

Muitos autores apontam “traços” de personalidade comuns em pacientes com TCAP: baixa auto-estima; perfeccionismo; impulsividade; e pensamentos dicotômicos (do tipo “tudo ou nada”, ou seja, total controle ou total descontrole).

Diagnóstico diferencial

O principal diagnóstico diferencial a ser feito é com a bulimia nervosa. A compulsão alimentar ocorre em ambos os casos, embora as bulímicas sejam ainda mais preocupadas com o peso e, em geral, mantenham-no dentro dos limites da normalidade. Bulímicas tendem a tentar compensar o excesso alimentar imediatamente após o episódio, com métodos purgativos, especialmente vômitos, laxantes e diuréticos (em 90% dos casos). Com isso, os episódios de bulímicas costumam ser mais facilmente identificados, pois geralmente são marcados (término) pela purgação. Pacientes com TCAP até podem fazer uso de métodos purgativos, mas não costumam fazê-lo com tanta freqüência e regularidade. Já o diagnóstico diferencial com bulímicas não purgadoras é mais difícil, devendo-se considerar o padrão alimentar mais restritivo do que em pacientes bulímicas. Os jejuns e os exercícios físicos extenuantes costumam ser feitos para compensar um eventual ganho de peso com a compulsão; esses comportamentos não são tão comuns em pacientes com TCAP.

Outro diagnóstico diferencial é a depressão atípica, que, em geral, envolve hiperfagia e ganho de peso entre outros sintomas. Apesar de sintomas depressivos ser comuns em pacientes com TCAP, deve-se avaliar o que é primário em cada caso: se a preocupação central é com o comportamento alimentar descontrolado, e conseqüente ganho de peso e baixa auto-estima, ou se prevalecem aspectos de pessimismo geral em relação à vida, tristeza e descuido de si mesmo (desvalor do corpo e saúde).

Tratamento

As pesquisas sobre o tratamento do TCAP estão em fase inicial, e, até o presente estudo, não há evidências científicas de que uma abordagem seja superior a outra. As abordagens estudadas com mais ênfase são os tratamentos com antidepressivos e as psicoterapias, sendo que as intervenções combinadas parecem ser mais eficazes.

O objetivo do tratamento é estabelecer hábitos saudáveis de alimentação e ajudar o paciente a evitar todas as formas de hiperalimentação.3

A hospitalização raramente é necessária. A experiência clínica e de pesquisa indica que a grande maioria das pessoas com TCAP pode ser tratada ambulatorialmente. A hospitalização se indica quando, por exemplo, o paciente apresenta um quadro muito grave associado à depressão , ao risco de suicídio ou também a outras complicações físicas.4

As drogas mais estudadas no tratamento do TCAP são os antidepressivos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (fluoxetina, fluvoxamina, paroxetina, sertralina) e o tricíclico imipramina.

as seguintes recomendações para o tratamento do TCAP com antidepressivos:

1. antidepressivos podem ser considerados como uma opção para todos pacientes com TCAP, principalmente para aqueles que não responderam aos tratamentos psicossociais.

2. comece com um inibidor seletivo da recaptação da serotonina (fluoxetina, fluvoxamina, paroxetina ou sertralina).

3. esteja preparado, se necessário, para conduzir um mínimo de três testes com antidepressivos, no sentido de obter a melhor resposta.

4. use doses de medicação e duração de tratamento similares àquelas utilizadas no tratamento da bulimia nervosa e da depressão maior.

As doses podem ser elevadas gradualmente a cada duas a três semanas, observando seus efeitos sobre o comportamento alimentar compulsivo, assim como o efeito sobre o humor. A droga mais utilizada tem sido a fluoxetina (Prozac, Fluxene, Daforin, Eufor, Verotina), sendo que estudos em pacientes bulímicas apontam diferenças significativas sobre a compulsão alimentar quando se utiliza 60 mg diários frente à dose de 20 mg. Não existem estudos sobre quando interromper o tratamento de forma definitiva. Recomenda-se seguir o tratamento por no mínimo um ano após a remissão dos sintomas. Algumas drogas utilizadas para obesidade têm sido testadas mais recentemente e apontam para resultados favoráveis sobre o comportamento compulsivo; é o caso da sibutramina (Reductil e Plenty), na dose de 10 mg a 15 mg diários. No entanto, deve-se atentar para interações medicamentosas, já que obesos, por várias vezes, fazem usos de outras drogas ou apresentam comorbidades clínicas (como hipertensão).

Caso o paciente esteja utilizando um IMAO (inibidor da monoamino-oxidase), deve-se respeitar o período mínimo de intervalo de 15 dias entre a retirada desse inibidor e a introdução de outro antidepressivo.

As abordagens psicoterápicas mais utilizadas e testadas são: terapia cognitivo-comportamental; terapia comportamental; psicoterapia focal; psicoterapia interpessoal; psicoterapias psicodinâmicas; tratamentos de auto-ajuda; e intervenções psicoeducacionais. Essas abordagens podem ser aplicadas individualmente ou em grupo.

A terapia cognitivo-comportamental é a que, dentre as acima citadas, tem sido mais estudada e a que aponta melhores resultados. Trata-se de uma psicoterapia de curto prazo (cerca de 12 a 16 sessões), que enfoca aspectos cognitivos do problema (pensamentos distorcidos) como a auto-avaliação centrada no peso e forma do corpo, baixa auto-estima, perfeccionismo e outros aspectos, enquanto a parte comportamental enfoca os hábitos alimentares inadequados.

Referências

1.Diagnnóstico e estatístico de transtornos mentais. 4a edição. Porto Alegre: Artes Médicas; 1995.
2.Borges MBF, Jorge MR. Evolução histórica do conceito de compulsão alimentar. Psiq Prat Med 2000;33(4):113-8.
3.Wilson GT, Fairburn CG. A guide to treatments that work. In: Nathan PE, Gorman JM. New York: Oxford University Press; 1998.
4.Fairburn CG. Overcoming binge eating. New York: Gilford Press; 1995.
5.Hudson JI, Carter WP, Pope HG-Jr. Antidepressant treatment of binge-eating disorder: research findings and clinical guidelines. J Clin Psychiatry 1996; 57(Suppl 8):73-9.

NÃO TOME MEDICAMENTO SEM CONSULTAR SEU MÉDICO


PRECISAR emagrecer é um assunto sério gente, eu mesma Lucélia tenho notado mudanças na minha saúde segundo a minha idade que não tem me agradado muito DEVIDO AO SOBREPESO. Então comecei a me tratar com psiquiatria e vou assim até quando a própria doutora me liberar.




domingo, 27 de abril de 2014

DEUS deixou a medicina na terra para usufruirmos dela!

Por isso que devemos buscar auxílio médico quando por nossa própria tentativa não chegamos a lugar algum. Muitas pessoas abandonam completamente o sonho de ter um peso agradável devido aquele sentimento de fracasso seguido por frustração. São várias tentativas em vão, digo isso de mim mesma. É dieta disso daquilo... E acabamos por chegar a estaca zero, como aconteceu comigo. Gosto de dar exemplo de mim mesma, pois não sou formada em nutrição então não posso ficar dizendo o que é melhor. Então me deixo como exemplo: eu já passei com nutricionista e confesso que não consegui seguir toda aquela dieta, já tomei bupropiona (medicamento para tratar a compulsão ao tabagismo) e emagreci bastante, porém, engordei tudo de novo por ter de parar de tomar esse medicamento pois não pode ser de uso contínuo e já foi comprovado pela medicina que a COMPULSÃO ALIMENTAR deve ter um tratamento além da alimentação também o farmacológico. Então procurei uma psiquiatra, como expliquei no post passado. Completam-se 4 semnanas que estou tomando sertralina 2 por dia de 50 mg cada, era para estar tomando também o rivotril a noite ao deitar mas, como fico muito devagar no dia seguinte optei por tomar na semana da TPM e funcionou muito bem.

COMO ESTOU COM O SERTRALINA

Muito bem, estou mais controlada em tudo e quando eu começo fazer alguma coisa faço com mais tranquilidade, faço com mais vontade tipo, quando queria fazer uma comida mais caprichada eu não tinha coragem e acabava abandonando no meio do caminho. Afazeres de casa etc. Hoje por exemplo estou preparando panquecas coloridas com recheio de frango com creme de leite. Cozinhei a abóbora para panquecas laranja, beterraba para as vermelhas e couve para as verdes. Depois de cozido bato junto com a massa da panqueca. Então são coisas que eu havia perdido o pique.

Deus ajuda sim, mas antes de chutar o balde busque auxílio médico! Devemos fazer a nossa parte... Irmos até onde a nossa mão alcança!

Um grande abraço e uma semana cheia de fé, força e vitória!



domingo, 20 de abril de 2014

Endócrino?? Não, caso para psquiatra mesmo! O importante é dar certo né?!

A alguns dias passei com uma medica meia boca aqui na minha cidade, ela não é lá grandes coisas mas acho que ela acertou. Passei com ela para perguntar claramente de compulsão alimentar é doença ou não. Não que seja exatamente uma doença mas... não é normal. Resumindo, 1 comprimido de sertralina as 7:30 da manhã de 50 mg, outro as 15:30 MAIS meio rivotril de 2 mg ao deitar. Previsão de tratamento: 6 meses. A boa notícia é que estes eu posso pegar pelo SUS.

É claro que ninguém quer viver a baixo de remédios, mas para esse TOC (transtorno obsessivo compulsivo) é necessário o tratamento farmacológico para melhores resultados.... então ta. Agora estou nessa nova DIETA, porém tentarei pegar firme na contagem de pontos. Quem sabe com esse TOC controlado eu consiga manter 1200 kcal diária, menos que isso pode fazer mal para mim que estou tratando ainda essa anemia.

Queridos leitores, antes de qualquer tratamento para emagrecer consulte um médico. Até o seu clínico geral de confiança pode te ajudar.

Um abraço e bom restinho de feriado!


quarta-feira, 16 de abril de 2014

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Inédito: 1 ano e 3 meses SEM comprar sapatos

Boa noite pessoal!

E como diz o título, completaram-se 1 ano e 3 meses que não compro sapatos. E mulher amadora comprar sapatos, particularmente quando compro um parzinho me sinto muito bem. Mas claro que tem um por que: REFORMA do meu banheiro! Em dezembro de 2012 comprei exatamente 6 pares de sapatos do tipo social. Não precisava ter sido tudo de uma vez mas... foi em um momento de crise neurótica. E mulher com essas crises... é um perigo! Eis ai meus bonitinhos que me seguraram mais de um ano sem comprar nenhumzinho.


Dai para quebrar o jejum, comprei essa bota Mooncity!
E é isso ai mulheres, não consigo levar um desafio de alimentação nem até 1/4 do caminho, mas de calçado eu bati um grande recorde em casa.
Abraços mil a vocês e obrigada pelo carinho, pelo apoio que vocês tem me dado. E não deixando de dar as boas vindas para a novata do blog. Seja muito bem vinda!